quinta-feira, 10 de março de 2011

Atividade voluntária


Muitos de nós não nos damos conta de que passamos anos de nossas vidas cumprindo as exigências padrões das escolas, mas saímos delas para o ensino superior com grandes dificuldades para interpretar textos, e dificuldades ainda maiores para produzir outros. Como um dia disse Isaac Newton, cientista inglês, físico e matemático: “O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano”.

            Além da má formação que recebemos durante o ensino fundamental e médio, algo vem acontecendo e assustando os professores do ensino superior, que é a falta do costume da leitura e a preguiça de pensar/ refletir. Como afirmam Jane Silva, Juliana Assis e Maria Matencio no artigo “Ensino de Português: princípios e rotas”:

Ora, ao entendermos, que o que se ensina e se aprende na escola não pode ser dissociado dos modos culturais de apreensão e produção de sentidos, concluímos haver a necessidade de, desde as primeiras séries, a prática de leitura ser implementada, de modo a garantir ao aluno a construção e/ou refinamento das habilidades envolvidas no processo da leitura.


             Partimos do pressuposto de que as faculdades têm um papel relevante para nossa sociedade. Acreditamos que ela deve formar o aluno como sujeito diferenciado que facilmente se destaque no meio de tantos outros nessa jornada da vida, no qual todos buscam ocupar um espaço, vencendo com êxito as dificuldades comumente encontradas, mas infelizmente não é assim que ocorre, pois cada vez mais as universidades vêm se tornando apenas um comércio, onde a presidência e sua direção visam seu crescimento financeiro em primeiro lugar.

      O Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) consegue se destacar entre as outras, pois ao contrário das demais, tem a preocupação de formar sujeitos pensantes, autônomos, capazes de transformar a realidade em que vivem, seja cultural ou com relação a sua vida profissional.

      Com o objetivo de nivelar os conhecimentos do seu alunado é que foi criado o NOLE (Núcleo Oficina de Leitura e Escrita) da UNIJORGE, sendo um espaço que através da comunicação oral, leitura e escrita, estimula nos alunos o gosto por essas atividades, desenvolvendo diferentes técnicas, favorecendo a utilização da Língua Portuguesa com correção. Além disso, a participação na Oficina permite o estudante desenvolver práticas de relacionamento interpessoal favoráveis ao exercício da autonomia, da cooperação e da solidariedade, pois fomenta a socialização desenvolvendo a auto-estima e o espírito crítico, estimulando assim a criatividade.

O NOLE atualmente é coordenado pela Professora Mestra Ada Marques Porto Leal, que conta com uma equipe de cerca de 20 professores que ministram aulas da disciplina OLE (Oficina de Leitura e Escrita) da UNIJORGE, que é um componente obrigatório da grade curricular, presente em todos os cursos da instituição, sendo oferecida aos alunos no primeiro semestre da graduação.
  

Já o Ateliê, é uma atividade gratuita que conta com uma equipe de monitores que são selecionados a cada semestre para ministrar aulas a alunos de todas as graduações da UNIJORGE.


         Nele participam alunos do primeiro semestre encaminhados por seus professores da disciplina OLE, após diagnosticar os que possuem maiores dificuldades, podendo ser participada também por estudantes que não foram encaminhados, mas que sintam interesse em participar e estudantes de outros semestres, caso ainda existam vagas. Assim, esses alunos têm a oportunidade de ter um acompanhamento individualizado e ainda mais prazeroso, pois são livres de avaliações por nota e ao final do curso recebem um certificado de participação (a carga horária do certificado depende da participação dos alunos no Ateliê).

Na seleção, os candidatos à monitoria (graduandos em Letras, cursando o último semestre) fazem uma prova e passam por uma entrevista. Caso aprovados, ficam responsáveis por uma turma ministrando aulas que ocorrem uma vez por semana e tem a duração de duas horas, nas quais de forma criativa e responsável trabalha produções orais e escritas, reescritas, textos reflexivos e apresentação de diversos gêneros textuais, de modo a assumir um papel relevante e digno de um profissional letrado, como podemos perceber ainda com Silva, Assis e Mantencio:

(...)o professor, assumindo o papel de orientador e leitor experiente, deve propor práticas de leitura que possam, a partir da exploração dos conhecimentos prévios dos alunos, levá-los a perceber a trama lingüístico-discursivo do texto em sua construção e, ao mesmo tempo, produzir sentidos a partir do leem. Ensinar a ler, sob essa ótica, é possibilitar aos alunos o conhecimento de que a leitura é atividade de interação.


Atitudes como essas são raras e ao ver de muitos, uma gotinha diante de um mar de fogaréu, mas o que nos move é a fé de que estamos ajudando a construir um mundo melhor. E você, o que faz para contribuir?
 

“Há muitos, muitíssimos leitores que
 não gostam de que se os obrigue a pensar,
e que querem que se lhes diga o que já sabem,
 o que já têm pensado.”

Miguel Unamuno  

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